O nome do nosso blog foi inspirado, literalmente, na localização física de grande parte das Unidades de Cuidados Paliativos no Brasil. Em seus primórdios (o que não faz tanto tempo assim), os pacientes que estavam em fase terminal das mais diversas doenças costumavam ser mantidos longe dos olhos de todos. Seu grande sofrimento, bem como a angústia dos familiares, eram algo a ser escondido por ser desagradável e até mesmo por causar um forte sentimento de impotência e fracasso nos profissionais da saúde.
Para isso, muitas vezes os pacientes eram acomodados todos juntos em algum setor mais isolado do hospital, como o último andar ou, no nosso caso, no final do corredor.
A abordagem dos pacientes mudou, e hoje conseguimos melhorar sua qualidade de vida de forma significativa, envolvendo os familiares no cuidado e estabelecendo uma relação de confiança e respeito mútuo. Já não há mais tanto desconforto em se lidar com pacientes terminais e os grandes avanços nas estratégias para controle dos sintomas têm quebrado as barreiras que cercavam o processo da doença e da morte. Até mesmo nossa Unidade se mudou, e hoje ocupa um local totalmente acessível a todos. Mas as histórias de superação e coragem que vivenciamos lá no final do corredor continuam fazendo parte das nossas vidas, das nossas lembranças e das pessoas que somos hoje.
* a foto é meramente ilustrativa
9 de julho de 2015 às 13:21
Sou psicóloga com Pós em Cuidados Paliativos e isso foi um divisor de águas na minha experiência profissional. O olhar de um paliativista pode mudar completamente o manejo com o paciente e quem o acompanha
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10 de julho de 2015 às 09:55
Concordo, Laura! A especialização em Paliativos vai muito além de um aprimoramento técnico. O conhecimento adquirido acaba influenciando nossas vidas e relacionamentos de uma forma irreversível. Comecei a especialização com o objetivo de me tornar uma médica melhor, e acabei me tornando uma pessoa melhor também. Abraços!!!!!
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