O Washington Post publicou há alguns dias o relato da enfermeira Amy Berman, portadora de câncer de mama metastático, a respeito do impacto salvador que as discussões sobre o final de sua vida tiveram sobre ela. Amy enfatiza o quanto esse tipo de conversa pode beneficiar os pacientes, permitindo que eles possam tomar decisões mais coerentes com o que acreditam e esperam.
A enfermeira Mônica Trovo traduziu a parte mais significativa do texto, publicado originalmente em inglês:
“Infelizmente, os profissionais de saúde não têm iniciativa, tempo ou treinamento para sentar com pessoas que têm doenças avançadas e discutir o que é importante para nós enquanto nossa condição de saúde deteriora; coisas como onde se quer morrer (eu quero em casa), o que é mais importante (controlar minha dor) e quais tratamentos eu quero evitar. Contudo, o sistema de saúde oferece vários tratamentos dispendiosos para pessoas no fim da vida – tratamentos estes que as pessoas, se questionadas, diriam que nunca quiseram. E isso não precisa acontecer. Conversas sobre planos de cuidados avançados ajudam pessoas como eu a entender suas opções e tornar seus desejos conhecidos. (…) Estas discussões – que podem ser contínuas e não únicas – podem redirecionar decisões frente à mudanças e guiar os profissionais a oferecer os cuidados que os pacientes e suas famílias necessitam. Os benefícios destas conversas são claros: melhores condições de saúde, melhor assistência e, em muitos casos, custos menores. E, o mais importante, estas conversas são “salvadoras” (lifesaving), possibilitando a nós que temos doença em fase avançada viver da maneira como queremos, total e profundamente, por quanto tempo for possível”. Amy Berman, enfermeira, com câncer de mama em estado avançado.
A verdade é que discussões honestas e empáticas, no cenário de doenças incuráveis ou que ameaçam gravemente a vida, podem ter efeito mais terapêutico que medicamentos ou cirurgias. O texto de Amy pode ser lido na íntegra no link abaixo. Boa leitura!