Slow Medicine: o futuro da medicina pode estar no passado

Slow medicine

Há alguns dias, seguindo a indicação de uma amiga, conheci o site Slow Medicine, coordenado pelo médico geriatra José Carlos Campos Velho, no qual são descritos e discutidos conceitos relacionados a uma nova-velha forma de exercer a medicina. A falta de tempo nas consultas médicas e a avalanche de tecnologias oferecidas aos pacientes para compensá-la há muito já não é suficiente para satisfazer os pacientes. A duras penas, temos aprendido que fazer mais nem sempre é fazer melhor, e pode inclusive ser pior. A medicina altamente tecnicista não só desagrada aos pacientes. Ela também frustra os médicos, que sentem-se reduzidos a um solicitador de exames, ou um burocrata, do qual pouco se espera além de uma prescrição.

A Slow Medicine se propõe a resgatar a arte da relação entre médicos e pacientes, mas isso nem de longe significa desprezar os recursos tecnológicos hoje disponíveis. Trata-se, isso sim, de utilizá-los quando realmente são necessários, e não para suprir as deficiências causadas pela falta da prática médica humana adequada. O tempo que o médico dedica a seu paciente é parte importante da própria terapêutica que se seguirá. Escutar os pacientes é tão ou mais importante que analisar os resultados de sua tomografia. É o que permite que a medicina seja individualizada, mesmo que dentro de diretrizes objetivas de condutas.

Um retorno ao passado que, certamente, garantirá um futuro muito mais digno e humano.

 

 

8 respostas para “Slow Medicine: o futuro da medicina pode estar no passado”.

  1. Temos certeza absoluta que a prática desta atitude além de trazer maior conforto aos pacientes, poderá oferecer aos profissionais maiores informações absolutamente necessárias para a boa condução da terapêutica. Sabemos também que irá depender dos “profissionais” que vem na medicina um ato de “servir”, para alguns já em desuso.

    Curtido por 1 pessoa

    1. Avatar de Ana Lucia Coradazzi
      Ana Lucia Coradazzi

      Concordo totalmente com vc!

      Curtir

  2. Republicou isso em eliparadae comentado:
    Vamos aprender 👏🏻

    Curtir

    1. A Slow Medicine, a Oncologia e a Medicina Paliativa devem andar de mãos dadas, buscando oferecer as melhores alternativas de cuidados para os pacientes, de maneira racional e compassiva, respeitando seus valores, expectativas e sua singularidade. A informação e a democratizaçào dos conhecimentos permitem decisões compartilhadas e apontam sempre para a busca incansável de qualidade de vida e dignidade.

      Curtir

  3. A Slow Medicine, a Oncologia e a Medicina Paliativa devem caminhar de mãos dadas, buscando oferecer as melhores alternativas de cuidados para os pacientes, de maneira racional e compassiva, respeitando seus valores, expectativas e sua singularidade. A informação e a democratização do conhecimento permitem decisões compartilhadas e apontam sempre para a busca incansável da dignidade e da qualidade de vida.

    Curtir

    1. Avatar de Ana Lucia Coradazzi
      Ana Lucia Coradazzi

      Exatamente isso! Obrigada, José Carlos! Um abraço!

      Curtir

  4. […] que fica, conforme escreveu em seu site a médica oncologista Ana Coradazzi, numa matéria sobre a Slow Medicine,  que “o futuro da medicina pode estar no passado” , também a sobrevivência dos […]

    Curtir

  5. […] que fica, conforme escreveu em seu site a médica oncologista Ana Coradazzi, numa matéria sobre a Slow Medicine,  que “o futuro da medicina pode estar no passado” , também a sobrevivência dos […]

    Curtir

Deixe um comentário

sobre mim

Sou Ana Coradazzi, médica oncologista clínica e paliativista. Apaixonada desde sempre pela escrita e seu impacto na vida das pessoas, decidi transformar as inúmeras experiências valiosas com pacientes oncológicos em histórias, que divido aqui com todos vocês.

Artigos Recentes