
Há alguns dias, seguindo a indicação de uma amiga, conheci o site Slow Medicine, coordenado pelo médico geriatra José Carlos Campos Velho, no qual são descritos e discutidos conceitos relacionados a uma nova-velha forma de exercer a medicina. A falta de tempo nas consultas médicas e a avalanche de tecnologias oferecidas aos pacientes para compensá-la há muito já não é suficiente para satisfazer os pacientes. A duras penas, temos aprendido que fazer mais nem sempre é fazer melhor, e pode inclusive ser pior. A medicina altamente tecnicista não só desagrada aos pacientes. Ela também frustra os médicos, que sentem-se reduzidos a um solicitador de exames, ou um burocrata, do qual pouco se espera além de uma prescrição.
A Slow Medicine se propõe a resgatar a arte da relação entre médicos e pacientes, mas isso nem de longe significa desprezar os recursos tecnológicos hoje disponíveis. Trata-se, isso sim, de utilizá-los quando realmente são necessários, e não para suprir as deficiências causadas pela falta da prática médica humana adequada. O tempo que o médico dedica a seu paciente é parte importante da própria terapêutica que se seguirá. Escutar os pacientes é tão ou mais importante que analisar os resultados de sua tomografia. É o que permite que a medicina seja individualizada, mesmo que dentro de diretrizes objetivas de condutas.
Um retorno ao passado que, certamente, garantirá um futuro muito mais digno e humano.




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