No Final do Corredor

histórias, experiências e lições de vida

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Frases, fragmentos e outras delicadezas

“Eu nunca poderia estar com a minha mãe na hora em que ela morreu. Ela nunca poderia estar viva novamente. A última coisa que aconteceu entre nós será sempre a última coisa. Haveria o modo como me abaixei para beijá-la e o jeito como ela disse ‘não, por favor’ quando me aproximei, porque já não conseguia suportar a dor física de uma pessoa tocando nela. Haveria a maneira pela qual expliquei que voltaria pela manhã e o modo como ela simplesmente concordou com a cabeça em resposta. Haveria o jeito com que peguei o casaco e disse ‘Amo você’ e a maneira como ela ficou em silêncio até eu quase sair pela porta e, então, disse ‘Amor’. E haveria o modo como estava deitada na cama quando voltei na manhã seguinte, só que morta. As últimas palavras da minha mãe para mim evoam como um sino que alguém badala na hora do jantar: amor, amor, amor, amor, amor.”

(Cheryl Strayed, em Pequenas Delicadezas)

“O que cada pessoa leva dentro? Sonhos que podem parecer bobagem para os outros, mas que são sagrados para ela. Traumas que ainda não foram superados e que doem a cada vez que são lembrados. Vergonhas inconfessas. Feridas que custaram a cicatrizar e que basta um cutucãozinho para reabrirem. Desejos que não merecem ser ridicularizados. Necessidade de ser amado e aceito. Uma parte da infância que nunca se perdeu.”

(Martha Medeiros, em Simples Assim)