No Final do Corredor

histórias, experiências e lições de vida

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“Ninguém Deve Morrer Sozinho”

27 de junho de 2015


No post anterior nós citamos um programa de voluntárias cujo objetivo é fazer companhia e promover conforto a pacientes que estão em fase terminal e que não têm família, amigos ou qualquer outra pessoa que as acompanhe em seus momentos finais. O vídeo do programa explica como ele é simples, barato e bem organizado, e por isso achei que deveria compartilhar essa ideia tão grandiosa com vocês. Infelizmente, o vídeo é em inglês e não tem legenda, então eu tomei a liberdade de traduzí-lo da forma como o entendi (logo abaixo do vídeo). Uma ideia para ser colocada em prática, e inserida em nossas vidas como um todo.

Tradução das falas do video:

Penny Wheeler (médica): “O programa “No One Dies Alone” (NODA) diz respeito aos nossos valores mais profundos relacionados à compaixão. A compaixão é a chave na qual o programa se baseia, e é através dela que garantimos que o pacientes recebam o que precisam não apenas quando eles procuram os serviços de saúde numa situação de emergência, mas também para prevenção de complicações, durante a evolução de doenças crônicas e no final da vida”.

Janet Havens (enfermeira): “Nenhum de nós sabe exatamente o que acontece depois da morte… mas garantir a alguém que não estará sozinho ao cruzar esta linha, puxa… De verdade, não é o que todos queremos? Ter certeza de que não estaremos sozinhos?”

Penny Wheeler (médica): “O programa tem um significado especial para mim, porque cerca de dois dias antes da minha mãe falecer, ela me olhou intensamente e disse que aquele era o último rosto que ela gostaria de ver antes de morrer. Eu considerei aquilo um presente: poder estar com ela naquele momento. E é por isso que estou aqui, para poder retribuir de alguma forma, cuidando das mães de outras pessoas.”

Narradora: “Servir aos nossos pacientes é sempre um privilégio. No Abbott Northwestern Hospital, um pequenos grupo de enfermeiras, administradores e capelães pegaram para si o desafio de transformar as dificuldades enfrentadas ao cuidar de pacientes no final da vida num projeto voluntário acolhedor, chamado No One Dies Alone.”

Laura Sandquist (enfermeira): “Uma das citações da Madre Teresa explica nossa filosofia central nesse programa. Ela dizia que nenhum ser humano deve morrer sozinho, e que todos desejam morrer com a presença de alguém ao seu lado. Assim, o que queremos é adotar essa citação e torná-la realidade aqui.”

Jen Hensel (enfermeira): “Como enfermeiras, nós sempre tentamos fazer isso pelos nossos pacientes, mas às vezes é extremamente difícil, porque temos muitos pacientes que precisam da nossa presença.”

Narradora: “Inpiradas pelo programa original, criado por uma enfermeira no Sacred Heart Medical Center, em Oregon, cerca 400 enfermeiras começaram a pesquisar sobre o assunto e implantaram o No One Dies Alone em todo noroeste.”

Mary Paterson (enfermeira): “Nós começamos conversando sobre como isso poderia funcionar, como poderíamos conseguir os recursos necessários, como esse programa poderia dar certo para nós. O staff andou pelo hospital recrutando voluntários, e nós realmente apreciamos a forma como eles comprometem parte do seu tempo.”

Narradora: “Com a verba doada pela fundação do Abbott Northwestern, um treinamento dos voluntários foi iniciado sob a coordenação da capelã do serviço de Cuidados Paliativos do hospital.”

Katie Herman (capelã): “É muito importante que o envolvimento dos voluntários seja significativo com essa função de ser simplesmente uma presença compassiva. Compareça, esteja presente, preste atenção, cuide e… isso é suficiente.”

Narradora: “Hoje, os benefícios do No One Dies Alone são óbvios.”

Kathy Koehn (enfermeira): “O custo é baixo, mas o impacto do programa é enorme. Ele mostra que aqui nós realmente nos importamos com a comunidade e com os pacientes, e também com as enfermeiras, com o staff. Ele também mostra que temos a oportunidade de sermos melhores do que somos hoje.”

Janet Havens (enfermeira): “Ninguém vem a esse mundo sozinho, e há algo que nos parece muito certo em termos alguém ao nosso lado quando estamos morrendo. Eu espero que nós sempre sejamos capazes de oferecer isso. Eu acredito que essa é a coisa certa a fazer.”

Nursing Hands

26 de junho de 2015
Ana Lucia Coradazzi

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